Dia dos Professores: paixão por ensinar é partilhada por gerações da mesma família no interior de SP

  • 15/10/2025
(Foto: Reprodução)
Edy Rita Hanke, 72 anos, é professora de artes em Presidente Prudente "A profissão que dá início às demais". A frase, que reforça a importância do professor para a sociedade, é vivida quase que literalmente por uma família em Presidente Prudente, no interior de São Paulo. Isso porque a paixão por ensinar começou com a avó, passou pelos três filhos, os genros e, agora, incentivou até o netinho de sete anos. Como forma de celebrar o Dia dos Professores, nesta quarta-feira (15), o g1 conversou com Edy Rita Hanke, de 72 anos, a matriarca da família. Apesar de aposentada hoje, a professora montou um estúdio em casa para continuar dando aula de artes. 📲 Participe do canal do g1 Presidente Prudente e Região no WhatsApp É em meio às diversas coleções de miniaturas, pedras coloridas, livros e pinturas que guarda desde a época da faculdade, além dos papéis e lápis separados aos alunos, que Edy relembra o motivo de ter escolhido o magistério. Veja os vídeos que estão em alta no g1 "Eu pegava as bonecas, as bonecas das irmãs também, 'sentava' elas e eram meus alunos. Eu sempre quis magistério. Não tinha nem 18 anos ainda e já tinha minha primeira turma do primeiro aninho. Naquele tempo, os alunos tinham que ter sete anos completos", relembra. Em seguida, a professora decidiu fazer uma especialização em alfabetização. Entretanto, o baixo salário a fez querer voltar para a faculdade, dando início aos estudos na Belas Artes de Curitiba (PR), cidade natal. Edy Rita Hanke, 72 anos, é professora de artes em Presidente Prudente Beatriz Jarins/g1 "A vida foi me empurrando. Trabalhei com educação artística, história da arte, com didática, porque eu dava aula em um colégio religioso em Curitiba. Mudei para São Paulo, fui dar aula em Assis, novamente para crianças pequenas." No interior paulista, Edy se casou e teve três filhos, o que a fez dar uma pausa na profissão. Nesse meio tempo, o esposo foi transferido para Presidente Prudente, onde a família está até hoje. "Mas, aí, as crianças cresceram e lá eu voltei para a escola. Eu fui procurar a escola de arte, não para dar aula, mas para fazer, porque desenho você tem que treinar." Edy Rita Hanke se formou no magistério aos 17 anos e depois fez faculdade de Belas Artes de Curitiba (PR) Beatriz Jarins/g1 "A responsável disse: 'Eu já peguei matrícula de alunos de desenho e eu não tenho professora…. Você não vai fazer aula, você vai dar aula'. Não era exatamente o que vim procurar, mas vamos lá", continua. E, de lá, a professora Edy passou por outras escolas de artes, em unidades particulares, públicas e até de especialização. "Mas eu queria trabalhar com crianças. Eu já estava com 52 anos, minhas filhas foram fazer inscrição na prefeitura em um concurso da educação infantil e eu disse para elas: 'Bota meu nome aí'." 'Herança' de família A paixão por lecionar foi passada para os filhos e até genros. A filha mais velha, Ana, dá aula para educação básica e o marido dela é professor universitário. Já Ana Paula, filha do meio, é professora em escola pública, e o mais novo, Paulo, é engenheiro e dá aula particular, enquanto a esposa dele é enfermeira, advogada e também dá aulas. "É uma coisa tão maravilhosa… Ah, imagina assim ver o aluno aprendendo. Eu entro em sala de aula, eu me renovo. Eu digo para os alunos: 'eu sugo a energia de vocês'", brinca. Ana Paula Hanke é um dos filhos de Edy que seguiu carreira como professora Ana Paula Hanke/Arquivo pessoal Ana Paula Hanke da Silveira Gualdi, de 41 anos, é a filha do meio e dá aulas há 20 anos nas disciplinas de língua portuguesa, matemática, história, geografia, ciências e arte, em Presidente Prudente, trabalhando com diferentes idades. Atualmente, ela dá aula para o 5º ano e os alunos têm entre 10 e 11 anos. "A escolha da minha profissão foi, em parte, influenciada pela minha mãe. Ela sempre valorizou a educação e me ensinou a importância do conhecimento através do carinho e da dedicação. Me ensinou com muita paciência e isso me inspirou a seguir o caminho do ensinar", relembra. A influência da mãe traz um sentimento de muito orgulho, segundo a filha. "Me sinto privilegiada por ter um exemplo tão forte e positivo dentro de casa. Seguir essa profissão que reflete os valores que ela me ensinou: paciência, empatia, responsabilidade e amor pelo que se faz." Um dos maiores desafios na sala de aula seria lidar com os diferentes ritmos de aprendizagem dos alunos, conforme a vivência de Ana Paula. "Pois eles aprendem em seu momento e precisamos saber lidar com essas diferenças e atender as necessidades de cada aluno, respeitando o ritmo de cada um para avançarem dentro de suas possibilidades", afirma. "Me sinto realizada, pois é uma fase em que eles estão cheios de curiosidade e construindo conhecimentos. Poder fazer parte desse amadurecimento deles é gratificante. Poder participar desse processo, acompanhar de perto o crescimento de cada um e perceber seus avanços é algo que me motiva todos os dias e me incentiva a iniciar outro ano novamente." Paixão por ensinar é partilhada por gerações da mesma família no interior de SP Beatriz Jarins/g1 Realização de um sonho Já Edy passou no concurso público e realizou o sonho antigo de trabalhar com alfabetização de crianças a partir dos dois anos, área na qual ficou até se aposentar. "Eram 15 bebês. Eles saíam do maternal um escrevendo seu nome." "Eu amei aquilo, meu coração mora lá, a gente é útil mesmo, muito gratificante. Na hora de aposentar, eu saí com lágrimas nos olhos, porque era aquilo que eu queria a vida inteira", afirma. Após mais de 40 anos trabalhando, a aposentadoria veio em 2017. Mas a rotina de Edy foi marcada por diversos eventos, entre eles, a morte do amor de uma vida, o esposo Paulo, após 45 anos juntos, em 2022. Além disso, ela recebeu o diagnóstico de apendicite e câncer no rim meses depois. Mas isso não a impediu de continuar trabalhando como professora para uma turma reduzida de oito alunos no estúdio que montou em casa. Pelo local já passaram 278 artistas até agora. "O meu aluno mais novo tem cinco anos, a mais velha não vai gostar que eu diga a idade dela, mas, para ter uma ideia, ela é minha aluna há 25 anos", brinca. Edy olha com carinho para a pintura feita pela neta mais nova, de cinco anos Beatriz Jarins/g1 Amor pela arte O amor pela arte começou com o pai de Edy, que trabalhava com decoração e era desenhista, influenciando ela e o irmão. Ambos estudaram na mesma faculdade de artes. Após uma vida inteira dedicada à educação artística, Edy cita alguns alunos que deixaram marcas: "Tinha um aluno com síndrome de Down que só queria desenhar Jesus. Ele foi meu aluno por mais de dez anos e, infelizmente, faleceu." "Já tive uma aluna que só queria desenhar cavalos, outro que só queria flores… Cada um é atendido individualmente e dentro daquilo que eles querem", completa. Paixão por ensinar é partilhada por gerações da mesma família de Edy, em Presidente Prudente (SP) Beatriz Jarins/g1 Veja mais notícias no g1 Presidente Prudente e Região VÍDEOS: assista às reportagens da TV TEM

FONTE: https://g1.globo.com/sp/presidente-prudente-e-regiao/noticia/2025/10/15/dia-dos-professores-paixao-por-ensinar-e-partilhada-por-geracoes-da-mesma-familia-no-interior-de-sp.ghtml


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