Polícia Civil tenta prender Peixão e outros chefes do tráfico do Complexo de Israel; há confronto
10/10/2024
O Globocop flagrou trincheiras em chamas nos acessos à comunidade. Polícia Civil tenta prender Peixão e outros chefes do tráfico do Complexo de Israel
A Polícia Civil do RJ iniciou nesta quinta-feira (10) a Operação Êxodo, a fim de prender os chefes do tráfico do Complexo de Israel, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Há relatos de confronto, e o Globocop flagrou trincheiras em chamas nos acessos à comunidade.
Agentes de diversas delegacias especializadas saíram para cumprir 15 mandados de prisão e 8 de busca e apreensão. Um dos alvos é Alvaro Malaquias Santa Rosa, o Peixão, chefe do Terceiro Comando Puro com 35 anotações criminais em sua ficha. Já foi investigado, indiciado e denunciado, mas até hoje não foi preso.
Até a última atualização desta reportagem, 1 homem tinha sido preso.
Por segurança, 2 unidades de saúde fecharam.
Barricada em Parada de Lucas
Reprodução/TV Globo
Cerco na noite de quarta
Equipes lideradas pela Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC) concentram nesta quinta as buscas em Lucas e em Vigário. Mas o g1 apurou que um cerco foi montado ainda na noite desta quarta-feira (9), quando carros descaracterizados chegaram ao complexo.
Participam da operação agentes do Departamento-Geral de Polícia Especializada (DGPE); Departamento-Geral de Polícia da Capital (DGPC); Departamento-Geral de Polícia da Baixada (DGPB); Departamento-Geral de Polícia do Interior (DGPI); Subsecretaria de Inteligência (SSINTE) e Coordenadoria de Recursos Especiais (Core).
Blindado caiu em um burraco em Vigário Geral
Reprodução/TV Globo
Quem é Peixão
Em 2020, durante a pandemia, Peixão batizou de Complexo de Israel a região da Cidade Alta, Vigário Geral, Parada de Lucas, Cinco Bocas e Pica-pau, comunidades margeadas pela Avenida Brasil e onde vivem 134 mil pessoas.
O traficante mandou espalhar pela área dominada a estrela de Davi, um símbolo judaico muito utilizado por determinadas vertentes evangélicas, e expulsou seguidores de religiões de matriz africana.
Um relatório da Polícia Civil descreve Peixão “como o mandante de homicídios, torturas, invasões armadas a imóveis e regiões dominadas por facções rivais”. Além disso, “monta e administra toda a sistemática das arrecadações dos aluguéis e taxas de funcionamento de comércio e serviços no Complexo de Israel”.
A quadrilha de Peixão é investigada por organização criminosa, tráfico de drogas e roubo. O processo tramita na Vara Especializada do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.
Traficante Peixão frequentando uma igreja
Reprodução