Professoras são afastadas após crianças contarem aos pais que são colocadas em quarto escuro; VÍDEO
13/12/2025
(Foto: Reprodução) Professoras são afastadas após crianças contarem que são colocadas em quarto escuro
Quatro professoras foram afastadas dos cargos em uma creche em Santos, no litoral de São Paulo. De acordo com o boletim de ocorrência (BO), elas foram acusadas de trancar crianças de quatro anos em um quarto escuro como forma de castigo. Nas imagens, obtidas pelo g1 neste sábado (13), é possível ver os menores mostrando onde eram colocados (veja acima).
O advogado Emerson Tauyl é responsável pela defesa das famílias de quatro crianças. Ele contou à equipe de reportagem que o caso na Creche Arcanjo Rafael, no bairro Campo Grande, veio à tona após os pais perceberem mudanças comportamentais nos filhos, como xixi na cama e medo do escuro. O g1 não localizou as defesas das professoras e da creche até a publicação desta reportagem.
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Tauyl explicou que uma das mães conversou com a filha para que ela contasse o que estava acontecendo. Conforme relatado pela menina, as crianças que não se comportavam ou não dormiam durante a hora do sono eram colocadas no quarto escuro, e só podiam sair quando parassem de chorar.
Imediatamente, a mulher entrou em contato com os responsáveis dos colegas de classe da filha, que confirmaram o relato da menina. Inclusive, uma das alunas pediu à mãe para não falar para ninguém, pois a professora havia dito que cortaria o cabelo de quem contasse sobre o castigo.
Crianças mostram quarto escuro onde eram colocadas em creche, em Santos (SP)
Reprodução
Segundo o BO, e como é possível ver nas imagens acima, o quarto escuro consiste em um local usado para guardar materiais de limpeza. "A escola é um sobrado antigo e embaixo da escada tem aquele cômodo que o pessoal fechava para fazer uma despensa", explicou o advogado.
Investigações
O pai de uma das crianças foi até a creche e acionou a Polícia Militar na última quarta-feira (10). Segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), a ocorrência foi registrada como submeter criança ou adolescente a vexame no 2º Distrito Policial (DP), que segue investigando o caso.
A creche tem parceria com a prefeitura, mas a gestão não é da administração municipal. Apesar disso, a Secretaria de Educação de Santos (Seduc) informou que as funcionárias foram espontaneamente prestar esclarecimentos na delegacia e negaram todas as acusações.
Ainda de acordo com a secretaria, a creche afastou as mulheres preventivamente para assegurar o processo de apuração. A Seduc destacou que acompanha o caso e aguarda as investigações da Polícia Civil para que as providências cabíveis sejam adotadas.
"Há de se apurar. Ninguém está imputando responsabilidade a ninguém ainda, mas é um caso que é lamentável porque foi mais de uma criança. Só comigo estão quatro e existem relatos de outras mais, que não fizeram boletim de ocorrência", finalizou o advogado.
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